Aluguel de imóveis em Ribeirão Preto, SP, tem reajuste maior do que a média nacional
O professor Matheus Gouvea levou seis meses até encontrar um apartamento em Ribeirão Preto (SP) que fosse perto do trabalho dele, confortável para a família e que o preço coubesse no bolso.
“É complicado porque a gente vê uma expansão imobiliária, mas ao mesmo tempo também vê uma falta de opções, principalmente com relação à localização. O que a gente percebeu nesses seis meses de procura é que realmente houve um momento de explosão nos valores. Nós desistimos em um primeiro momento e logo depois retomamos. Não porque abaixou o preço do aluguel, mas porque também começaram a aumentar outros custos, como deslocamento, a gasolina”, diz.
A dificuldade encontrada por Matheus não é para menos. Em Ribeirão Preto, o valor do aluguel de imóveis nos últimos 12 meses foi mais alto do que a média nacional.
Enquanto em média o aumento do aluguel foi de 17% no Brasil, em Ribeirão o reajuste foi de 20,5%. Só em fevereiro, a alta foi de 2,7% na cidade, contra 1,6% na média nacional.
O cenário, segundo especialistas, reflete uma série de fatores, como recomposição de preços após negociações mais brandas durante a pandemia, variação dos indexadores de aluguel e maior demanda por imóveis bem localizados.
“Isso se dá primeiro com relação à oferta e à procura. Os imóveis mais procurados em decorrência da pandemia, que têm quintais, áreas de lazer e tudo mais, esses imóveis logo que anunciados são alugados. Muitas pessoas ficam na fila de espera. Com isso, o valor do imóvel acaba ficando mais alto”, afirma Luís Felipe Archangelo, dono de imobiliária e advogado especializado em direito imobiliário.
Segundo Archangelo , o preço do aluguel acompanha o valor de venda dos imóveis, que estão valorizados. A zona Sul de Ribeirão Preto ainda é o lugar mais procurado por compradores e locatários.
O advogado afirma que a procura em alta para um número menor de oferta tende a manter o mercado aquecido, mas pondera que a oportunidade de negócio deve ser equilibrada.
“Os proprietários, logicamente percebem que aqueles locatários têm capacidade de pagamento para aqueles imóveis. Mas, por mais que houve a valorização, não adianta pedir um valor muito alto porque a tendência é que ele vá ficar fechado. O ideal é negociar imóvel fechado”, afirma.